Em entrevista ao iG, Marco Dutra fala sobre escolha do elenco e reação do público a filme de terro nacional
Após estrear na direção de longa-metragens com o suspense "Trabalhar Cansa" (2011), o cineasta paulista Marco Dutra, 33, volta aos cinemas com outro filme de gênero: o terror "Quando Eu Era Vivo", que estreou nesta sexta-feira (31).
Adaptação do livro "A Arte de Produzir Efeito Sem Causa", de Lourenço Mutarelli, "Quando Eu Era Vivo" chamou a atenção pelo gênero, que tem presença errante no mercado nacional, mas também pela escolha da cantora Sandy Leah para um dos três personagens principais.
Ela interpreta Bruna, uma jovem estudante de música que aluga um quarto no apartamento de José (Antonio Fagundes). Os dois vivem em harmonia até a chegada do filho dele, Junior (Marat Descartes), um homem obcecado pela memória da mãe.
Segundo Dutra, a ideia de escalar Sandy não foi fruto de jogada de marketing, mas, sim, de intuição. Tudo começou quando ele e a co-roteirista Gabriela Amaral Almeida decidiram transformar a estudante de artes plásticas do livro em estudante de música no filme.
Por causa disto, na hora de escolher o elenco ele pensou tanto em atrizes quanto em cantoras. "Quando surgiu o nome sa Sandy, foi como se um sino tocasse. Achei que ela era quem mais se conectava com a Bruna, não por serem parecidas, mas por questão de magnetismo, de presença física dentro daquela casa", afirmou Dutra, em entrevista ao iG.
"Intuí que a Sandy seria uma presença muito forte, apesar de nem conhecê-la pessoalmente. E gostava dela quando era criança, então tinha uma relação afetiva."
De acordo com o diretor, a reação de conhecidos ao nome de Sandy era primeiro de estranhamento, depois de aceitação. A própria cantora teria achado o convite "peculiar", mas aceitado o desafio por ter gostado do roteiro. Dutra ficou satisfeito com o resultado. "Gosto do desenho de elenco que fizemos."
O diretor tem dificuldade em fazer uma previsão sobre a reação do público ao filme. "O que tenho recebido até aqui é que muitas pessoas acharam interessante, se conectaram. Já vi que não é um negócio hermético e impenetrável, algo que eu nunca queria que fosse".
"É difícil tentar posicioná-lo no mercado porque o vejo apenas como um filme no qual fiz tudo o que achava que tinha de fazer. Acho impossível falar: 'vou fazer um filme para o grande público ou para o pequeno público'. Entendo o que isto quer dizer para as pessoas, mas para mim é uma ideia meio na superfície", completou.
Dutra acredita, porém, que o público tem vontade de ver filmes brasileiros de diferentes gênero. "Estou sentindo calor, não estou sentindo rejeição, não."
CRÉDITOS: IG
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